sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sou brega

Ultimamente tenho escutado muita música brega. Gosto de recorrer ao pai dos “burros” para definir exatamente o significado da palavra.
Eis a da brega: Diz-se do indivíduo ou daquilo que tem ou revela mau gosto; deselegante; cafona.

Tudo é tão relativo não é mesmo?! Um monte de coisa nos influencia durante a vida. Família, educação, cultura, bairro, amigos, escolas. E temos a capacidade de sermos mutantes o tempo tudo. Exatamente isso é que me fascina.
Aquilo que odeio ontem, hoje, por algum, motivo adoro.
Entendo quando um amigo meu fala que não existe música brega e sim super popular, pela simplicidade da melodia, pelas letras fáceis, diretas, que fala com qualquer público.
O que para uns pode ser de mau gosto para outros pode ser exatamente o contrário. Como dizer que as músicas de Roberto Carlos, Reginaldo Rossi, Odair José, Erasmo Carlos, Waldick Soriano, Sérgio Sampaio são de mau gosto?? Pois pra mim, muitas delas têm muita poesia e intensa verdade.

Passeando pela internet descobri um blog muito interessante, onde traz um texto polêmico a cerca destas questões. Aliás, abordado de forma muito mais profunda. (vale a pena conferir na íntegra: http://alexandreferrarisaores.blogspot.com/2010/03/carapuca-serve-em-todos-quando-se-fala_14.html).
Do tipo: Atrás das cortinas do “bom gosto” e do “mau gosto”, esconde-se um bichinho do qual em geral preferimos fugir a 120, 150, 200 quilômetros por hora e que atende pelo nome de preconceito. Será que eu desprezo o axé porque é péssimo ou porque desejo me manter bem distante dos baianos periféricos, pobres e pretos que o inventaram? Você detesta os emos porque fazem rock muito pauleira ou porque não se dá bem com seus figurinos esquisitões, soturnos, sexualmente indefinidos? É ficar entre uma coisa ou outra, indubitavelmente? Ou a repulsa (extra) musical nasce de uma gororoba mista disso tudo?
Esse apartheid musical é também reflexo da nossa desigualdade social. E isso se torna mais grave quando jornalistas, historiadores, sociólogos e museólogos não problematizam a questão e colocam seu gosto pessoal, ou o de sua classe social, como parâmetro para definir o presente e o passado cultural da nossa sociedade
.

Músico identificado à MPB, o maranhense Zeca Baleiro gosta de beliscar o conflito e, volta e meia, grava músicas de (e/ou trabalha em parceria com) Fagner, Luiz Gonzaga, Luiz Caldas, Luiz Ayrão, Odair José, Wanderléa, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Charlie Brown Jr., Geraldo Vandré. E gosta de cutucar opositores da dita cafonice: “Os ‘modernos’ são patéticos. Aplaudem Pedro Almodóvar e renegam Waldick Soriano. O que fez Almodóvar? Estilizou a cafonice espanhola com humor e inteligência, sim, blindado por uma aura cult, transgressora. Mas não há muita disparidade entre o universo de seus filmes, que na verdade são novelas filmadas, e o universo que se vê nas canções dos ‘cafonas’”.

Quer saber?? Quem não tem preconceito leva muito mais vantagem.


A música existe para que as pessoas amem, chorem, sonhem, protestem, se emocionem. Se ela faz esse papel com dignidade e eficácia, ela terá cumprido sua missão e a chamada qualidade que vá para o inferno!!





10 comentários:

  1. Manu,

    Adorei o post!
    Por isso prefiro ser eclética, rs.
    Ouço de tudo e entendo pouco de nada...

    Um beijo grande!

    Terse

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  2. Terse!! Que bom receber sua visita por aqui!!
    Eu não gosto de tudo, mas de um monte de coisa!! hehehehe...
    Tenho feito o exercício de abrir a mente!!
    Bjo grande linda! Apareça!!

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  3. Ser brega é estar fora da moda e no dia q a moda for brega a moda que estará por fora.

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  4. Humm...então estarei sempre fora da moda?!!
    Isso é bom ou ruim?? rsrsrs...

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  5. "Você detesta os emos porque fazem rock muito pauleira ou porque não se dá bem com seus figurinos esquisitões, soturnos, sexualmente indefinidos?" - não acho os emos sejam isso.. o som não é pauleira. É um rock sem agressividade... dizem q é sentimental, mas é superficial.. bem raso... e não são sexualmente indefinidos... eles só tentam ser gays não assumidos... de forma cool! :P

    Não acho que isso seja um preconceito meu, já que não sai da boca pra fora... um pensamento prematuro. Eu fiz minha avaliação pra ter meu conceito.

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  6. Isso mesmo Dan!! Concordo com vc em algumas coisas...essa citação foi só um exemplo!! Particularmente n gosto do som tb, acho pobre, sem graça, sem atitude...chatoo p caralhooo mesmoo!!! hehehhe...e n acho que p causa do estilo eles sejam gays...era só p ilustrar que mta gente faz avaliação superficial sobre as coisas e rotulam sem o menor conhecimento de causa...agora, o q p gente é ruim p outras pessoas é bom...e os formadores de opinião precisam ter mto cuidado ao fazerem qq avaliação que possa vir a determinar o "bom" e o "mal"da cultura...e reafirmo: A música existe para que as pessoas amem, chorem, sonhem, protestem, se emocionem. Se ela faz esse papel com dignidade e eficácia, ela terá cumprido sua missão e a chamada qualidade que vá para o inferno!!

    Bjo gigante! Obrigada pela contribuição e pela crítica!!

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  7. Tb não acho q ser emo está diretamente ligado a ser gay... mas entendi o que o autor do texto quis dizer com "sexualmente indefinido" pq via muito isso qdo morava em Porto Alegre.

    bjo!1

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  8. Ele fala do preconceito!! Que as pessoas acham isso: "sexualmente indefinido"...e talvez n haja identificaçao ou n gostem de ouvi-los exatamente por causa do estilo e n pela música...

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