terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vizinho (s)


Estou em casa tentando me concentrar para ler um texto, mas meu vizinho querido não deixa porque está ouvindo um som altíssimo. Quem merece?
Por que escutar som no volume máximo, em plena terça-feira, em um apartamento, às 22h da noite?
Será que a criatura não trabalha? Não estuda? Ok. Menos (um suspiro). Será que não tem um mínimo de bom senso? Ou será mesmo que estou uma chata? Cri cri?
Pode ser. Fiquei pensando que ele pode ter tido um dia péssimo, problemas no trabalho, com a família, uma discussão ou briga feia mesmo com algum amigo, namorada, sei lá...e resolveu extravasar ouvindo um som alto, curtindo um barato. Vai saber. Está no direito dele não é mesmo? Não. Como diz o velho ditado: Seu direito acaba quando começa o do outro.
Acho-me até bem tolerante. Tenho vizinho músico que toca sax à noite, outro que tem um pitbul barulhento, late a noite toda porque fica preso em uma varanda minúscula. O sinal da sirene que toca toda madrugada, com o sol raiando, anunciando o início dos trabalhos da construção do prédio bem próximo ao meu e começam os barulhos das máquinas e dos trabalhadores.
Onde está o sossego que encontrei aqui logo que me mudei??
Enfim, solução do incomodo de hoje? Esperei dar 23h e gritei com carinho (risos) para meu querido vizinho:
- Vizinho!!! Tá sofrendoo?!!
Ele gritou de lá:
- Um pouco vizinha.
- Esse som tá um “pouco” alto, “né” não? Tô tentando me concentrar em um texto e não consigo!!
- Ahhh, fique sossegada, já estou desligando porque vou virar na “zorra” numa festa ali de um amigo!!
Moral: O bom humor às vezes ajuda nas soluções dos problemas.
Dei algumas risadas escrevendo esse texto.


Imagem: Google

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Qualquer semelhança é mera coincidência.
Recebi essa pérola no email de uma amiga querida! Adorei a música, o vídeo e a artista! Intenso, não?!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sou brega

Ultimamente tenho escutado muita música brega. Gosto de recorrer ao pai dos “burros” para definir exatamente o significado da palavra.
Eis a da brega: Diz-se do indivíduo ou daquilo que tem ou revela mau gosto; deselegante; cafona.

Tudo é tão relativo não é mesmo?! Um monte de coisa nos influencia durante a vida. Família, educação, cultura, bairro, amigos, escolas. E temos a capacidade de sermos mutantes o tempo tudo. Exatamente isso é que me fascina.
Aquilo que odeio ontem, hoje, por algum, motivo adoro.
Entendo quando um amigo meu fala que não existe música brega e sim super popular, pela simplicidade da melodia, pelas letras fáceis, diretas, que fala com qualquer público.
O que para uns pode ser de mau gosto para outros pode ser exatamente o contrário. Como dizer que as músicas de Roberto Carlos, Reginaldo Rossi, Odair José, Erasmo Carlos, Waldick Soriano, Sérgio Sampaio são de mau gosto?? Pois pra mim, muitas delas têm muita poesia e intensa verdade.

Passeando pela internet descobri um blog muito interessante, onde traz um texto polêmico a cerca destas questões. Aliás, abordado de forma muito mais profunda. (vale a pena conferir na íntegra: http://alexandreferrarisaores.blogspot.com/2010/03/carapuca-serve-em-todos-quando-se-fala_14.html).
Do tipo: Atrás das cortinas do “bom gosto” e do “mau gosto”, esconde-se um bichinho do qual em geral preferimos fugir a 120, 150, 200 quilômetros por hora e que atende pelo nome de preconceito. Será que eu desprezo o axé porque é péssimo ou porque desejo me manter bem distante dos baianos periféricos, pobres e pretos que o inventaram? Você detesta os emos porque fazem rock muito pauleira ou porque não se dá bem com seus figurinos esquisitões, soturnos, sexualmente indefinidos? É ficar entre uma coisa ou outra, indubitavelmente? Ou a repulsa (extra) musical nasce de uma gororoba mista disso tudo?
Esse apartheid musical é também reflexo da nossa desigualdade social. E isso se torna mais grave quando jornalistas, historiadores, sociólogos e museólogos não problematizam a questão e colocam seu gosto pessoal, ou o de sua classe social, como parâmetro para definir o presente e o passado cultural da nossa sociedade
.

Músico identificado à MPB, o maranhense Zeca Baleiro gosta de beliscar o conflito e, volta e meia, grava músicas de (e/ou trabalha em parceria com) Fagner, Luiz Gonzaga, Luiz Caldas, Luiz Ayrão, Odair José, Wanderléa, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Charlie Brown Jr., Geraldo Vandré. E gosta de cutucar opositores da dita cafonice: “Os ‘modernos’ são patéticos. Aplaudem Pedro Almodóvar e renegam Waldick Soriano. O que fez Almodóvar? Estilizou a cafonice espanhola com humor e inteligência, sim, blindado por uma aura cult, transgressora. Mas não há muita disparidade entre o universo de seus filmes, que na verdade são novelas filmadas, e o universo que se vê nas canções dos ‘cafonas’”.

Quer saber?? Quem não tem preconceito leva muito mais vantagem.


A música existe para que as pessoas amem, chorem, sonhem, protestem, se emocionem. Se ela faz esse papel com dignidade e eficácia, ela terá cumprido sua missão e a chamada qualidade que vá para o inferno!!





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